segunda-feira, 21 de maio de 2007

Intermezzo
Nem tudo pode estar sumido ou consumido...
Deve - forçosamente - a qualquer instante,
formar-se, pobre amigo,
uma bolha de tempo nessa Eternidade...
e onde - o mesmo barman no mesmo balcão,
por trás a esplêndida biblioteca de garrafas,
fonte da nossa colorida erudição -
haveremos de continuar
aquela nossa velha discussão
sobre tudo e nada até que,
fartos de tudo e nada,
desta e da outra vida,
a rir como uns perdidos,
a chorar como uns danados,
beberemos os dois nos crânios um do outro
até o teto desabar!

(Perdão! até a bolha rebentar...)
Mario Quintana

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